A neurologista que atendia o Lucas, Dra. Carmen Miziara, uma ótima médica, parou de atender pelo convênio e me obrigou a buscar outro especialista. Por indicação de um médico que fez as ultrassonografias da minha gravidez, fui parar no consultório de um neurologista que vou chamar aqui de "Dr. M".
Estava animada. Cheguei com o Lucas na cadeira de rodas, a Clara no bebê conforto, bolsas e exames. A sala de espera bem espaçosa fez a diferença. Detesto essas salas de espera 3m x 3m, sem janelas, lotada de cadeiras que mal dá para entrar com a cadeira de rodas. O consultório também estava vazio. Meu marido chegou alguns minutos depois, e lembro de ter comentado com ele: "Sala espaçosa, sem muita espera... Ganhou pontos".
Chegou o momento da consulta. Entramos no consultório e algo me incomodou nos olhos do médico... Estrábico? Tem um olho de vidro? Não. É que ele não me olhava nos olhos mesmo.
Contamos bem resumidamente a história do Lucas, muitas vezes atropelando a fala do médico porque o "Dr. M" quase não nos deixava falar. Ele levantou, se colocou ao lado da cadeira do Lucas e começou a examiná-lo. Mediu a cabeça, testou os reflexos, movimentou os braços e as pernas. Bacana, não é comum acontecer isso nas consultas.
Pediu para ver a tomografia. Essa é sempre uma hora desagradável. A tomografia do Lucas mostra o que já estamos CANSADOS DE SABER, que ele teve uma lesão importante no cérebro. Mas os médicos tratam como se não soubéssemos disso. Olhou o exame, fez caras e bocas de lamentação e começou a aula de anatomia cerebral: cerebelo, tronco cerebral, córtex,... De que me importam todos esses nomes?! Mas tá certo, ele tem que dizer esses nomes difíceis. Eles impressionam, mostram que estudou para estar alí atrás daquela mesa, sem me olhar nos olhos.
Ele perguntou das medicações do Lucas, puxou os bloquinhos de receita e começou a preencher. Como fazem mais de seis meses que o Lucas fez pela última vez os exames de dosagem sérica (exames de controle das medicações), perguntei a ele sobre o assunto. "O Lucas tem um bom pediatra?", perguntou Dr. M, "...pois então é o pediatra que tem que pedir esses exames". Hã?! O pediatra?! Como assim?! São exames de controle dos anticolvulsivos que são prescritos pelo neurologista, portanto acredito que sejam resposabilidade do neurologista e não do pediatra. "Você precisa mudar o modo como as coisas vem sendo feitas até agora. Passe o Lucas com o pediatra e peça para ele fazer o pedido desses exames", essa foi resposta do Dr. M. Fiquei ainda mais indignada quando ele completou dizendo que os exames devem ser feitos uma vez ao ano no máximo! Que se fosse para o fígado do Lucas "ferrar" (foi essa mesma a expressão que o doutor usou) por causa das medicações, já teria "ferrado", pois faz muito tempo que o Lucas toma esses remédios.
Só para constar, desde que o Lucas começou a tomar os anticonvulsivos o controle é feito a cada 6 meses no máximo. Todos os neurologistas que passei o Lucas, e olha que não foram poucos, seguiam esse controle.
Saí de lá com um nó na garganta. Senti um certo pouco caso. Parecia que ele achava que não tinha muito o que fazer pelo Lucas. Ou então, talvez ele achou que o Lucas daria trabalho demais pra ele e resolveu passar a bola pra outro, o pediatra.
Fico triste de ver que existam médicos assim. Pessoas que cuidam da saúde e bem estar de outras pessoas deveriam tratar seus pacientes com mais compaixão. Gosto de me sentir acolhida quando vou a um médico. E isso não é pedir muito. Olhar nos meus olhos já seria um bom começo.
Estava animada. Cheguei com o Lucas na cadeira de rodas, a Clara no bebê conforto, bolsas e exames. A sala de espera bem espaçosa fez a diferença. Detesto essas salas de espera 3m x 3m, sem janelas, lotada de cadeiras que mal dá para entrar com a cadeira de rodas. O consultório também estava vazio. Meu marido chegou alguns minutos depois, e lembro de ter comentado com ele: "Sala espaçosa, sem muita espera... Ganhou pontos".
Chegou o momento da consulta. Entramos no consultório e algo me incomodou nos olhos do médico... Estrábico? Tem um olho de vidro? Não. É que ele não me olhava nos olhos mesmo.
Contamos bem resumidamente a história do Lucas, muitas vezes atropelando a fala do médico porque o "Dr. M" quase não nos deixava falar. Ele levantou, se colocou ao lado da cadeira do Lucas e começou a examiná-lo. Mediu a cabeça, testou os reflexos, movimentou os braços e as pernas. Bacana, não é comum acontecer isso nas consultas.
Pediu para ver a tomografia. Essa é sempre uma hora desagradável. A tomografia do Lucas mostra o que já estamos CANSADOS DE SABER, que ele teve uma lesão importante no cérebro. Mas os médicos tratam como se não soubéssemos disso. Olhou o exame, fez caras e bocas de lamentação e começou a aula de anatomia cerebral: cerebelo, tronco cerebral, córtex,... De que me importam todos esses nomes?! Mas tá certo, ele tem que dizer esses nomes difíceis. Eles impressionam, mostram que estudou para estar alí atrás daquela mesa, sem me olhar nos olhos.
Ele perguntou das medicações do Lucas, puxou os bloquinhos de receita e começou a preencher. Como fazem mais de seis meses que o Lucas fez pela última vez os exames de dosagem sérica (exames de controle das medicações), perguntei a ele sobre o assunto. "O Lucas tem um bom pediatra?", perguntou Dr. M, "...pois então é o pediatra que tem que pedir esses exames". Hã?! O pediatra?! Como assim?! São exames de controle dos anticolvulsivos que são prescritos pelo neurologista, portanto acredito que sejam resposabilidade do neurologista e não do pediatra. "Você precisa mudar o modo como as coisas vem sendo feitas até agora. Passe o Lucas com o pediatra e peça para ele fazer o pedido desses exames", essa foi resposta do Dr. M. Fiquei ainda mais indignada quando ele completou dizendo que os exames devem ser feitos uma vez ao ano no máximo! Que se fosse para o fígado do Lucas "ferrar" (foi essa mesma a expressão que o doutor usou) por causa das medicações, já teria "ferrado", pois faz muito tempo que o Lucas toma esses remédios.
Só para constar, desde que o Lucas começou a tomar os anticonvulsivos o controle é feito a cada 6 meses no máximo. Todos os neurologistas que passei o Lucas, e olha que não foram poucos, seguiam esse controle.
Saí de lá com um nó na garganta. Senti um certo pouco caso. Parecia que ele achava que não tinha muito o que fazer pelo Lucas. Ou então, talvez ele achou que o Lucas daria trabalho demais pra ele e resolveu passar a bola pra outro, o pediatra.
Fico triste de ver que existam médicos assim. Pessoas que cuidam da saúde e bem estar de outras pessoas deveriam tratar seus pacientes com mais compaixão. Gosto de me sentir acolhida quando vou a um médico. E isso não é pedir muito. Olhar nos meus olhos já seria um bom começo.
Um comentário:
É muito fácil esbarrar em médicos que se esquecem que estão lidando com vidas, com sentimentos, com humanos. Ao meu ver o mundo está cheio deles, em todas as áreas. Fazem parte do grupo de profissionais que através das atitudes demonstram que não executam sua profissão com gosto e com amor. Ou seja, está na hora de procurar outro trabalho. Fato que não irá prejudicar nosso Luquinhas, já que mamãe e papai estão sempre atentos para ir um busca de mais qualidade no atendimento. beijokas da vovó!
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