Pacote pandêmico, sem novidades

• Isolamento ✔
• Saídas apenas quando necessário ✔
• Falta de rede de apoio ✔

• Sobrecarga física e emocional ✔

• Sensação de vida empacada ✔

• Stress ✔

• Cansaço ✔

• Depressão ✔

A listinha acima não é novidade de pandemia por aqui. Essa é a realidade de grande parte dos cuidadores de pessoas com deficiência severa no Brasil. Por aqui estamos a caminho dos 20... anos. A diferença é que a pandemia vai acabar pra geral e a gente, bom, a gente vai continuar aqui. Ainda assim, desejo com toda força que a vacina venha logo pra toda população e que esse governo genocida caia fora.

Não quero comentários capacitistas, quero alternativas e políticas públicas para cuidadores!

Sem paciência pras redes sociais. Sem estômago pras notícias. Exausta. Na luta. Repetindo o mantra "missão dada, missão cumprida". Assim espero. Não sei até quando.

Trecho de pesquisa realizada em CAPS

Link pra pesquisa completa - "Sobrecarga de cuidadores familiares de pessoas com transtornos mentais: análise dos serviços de saúde" 

Imagens: Hergé, SciELO.

 

Filhos e espelhos

Ontem, num momento mau humor desabafo, Clara lançou pro Lucas "você é o pior irmão do mundo". Não é a primeira vez. Eu acolho. Compreendo. Sou mãe e estou sempre buscando ressignificar essa maternidade. Tirar do lugar divino romântico capacitista ("guerreira", "santa", "super mãe", "anjo"...) e enxergar verdades nem tão belas em nosso existir. Olhar no espelho e tornar palpável tudo o que preferimos fingir que não está lá.

Hoje rolou um momento make que salvou Lucas do limbo. Foi promovido ao status de "melhor irmão do mundo". Com direito a coração, bigodón e sobrancelhas Frida Kahlo.

A propósito, Lucas passa bem da vacina (Covid-19). Zero reação. Um leão. Rindo de tudo. Segue o baile.