novembro 25, 2007

I Festa Todos por Um

A I Festa Todos por Um, que aconteceu dia 24/11 (sábado) no Bar Vila Teodoro, foi demais! E independente do retorno financeiro que tivemos, o mais valioso foi contar com a presença de pessoas preciosas. Familiares, amigos de sempre, novos amigos, amigos das antigas,... Foi sensacional reunir essa galera toda neste evento pra lá de especial.

Gostaríamos de agradecer a todos que compareceram, colaboraram ou participaram de alguma forma para que esta festa se realizasse.

Vlado, Dani, Beto, Henrique, Abner, Monika, Oliver, galeras da Mixer, da Transformar, da Spa Dog, família, e todos os que estavam presentes. Valeu mesmo!!! Vocês foram demais e sem vocês esta festa não seria possível.

Grande abraço a todos!

Ani e Totó.

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novembro 16, 2007

Paralisia Cerebral


Muitas pessoas se aproximam do Lucas para conhecê-lo e saber o que ele tem. Quando respondo que ele teve paralisia cerebral é nítida a mudança na expressão do rosto de algumas dessas pessoas. Aquele rosto curioso e simpático dá lugar a outro espantado e sem graça. Pra quem não tem conhecimento sobre deficiências o termo é mesmo assustador.

Pra começar a esclarecer o assunto é importante dizer que a paralisia cerebral não é uma doença, e sim uma condição especial (deficiência) que, uma vez estabelecida, não progride.

Clinicamente falando, a paralisia cerebral é um distúrbio de movimento e postura causado por um dano ao cérebro na infância. Quando um adulto sofre algum dano ao cérebro, diz-se que ele teve um derrame cerebral e as consequências são diferentes das ocorrentes na criança com paralisia cerebral, pois um cérebro adulto não cresce mais, enquanto que na criança o cérebro ainda não está completamente desenvolvido.

As causas da paralisia cerebral podem ser:
pré-natais (antes do nascimento) - pré-eclampsia e eclampsia, má formação do cérebro, diabetes, infecções, anemia grave;
peri-natais (durante o nascimento) - sofrimento fetal, distúrbios circulatórios cerebrais, prematuridade, traumatismos no parto;
pós-natais (depois do nascimento) - falta de oxigenação, traumatismo craniano, meningite. Há também as de causa desconhecida.

De acordo com o grau da lesão, classifica-se como leve, moderada ou severa. Quanto aos tipos de paralisia cerebral, são basicamente quatro:

Espástica - movimentação restrita e tônus muscular aumentado que pode atingir um lado do corpo (hemiparesia), membros inferiores (diplegia) ou os quatro membros (quadriplegia);
Atetósica - tônus muscular instável com trocas bruscas de tônus muscular (hipotonia/ normal/ hipertonia), causando movimentos involuntários e incoordenados que dificultam a movimentação voluntária;
Atáxica - dificuldade na coordenação dos movimentos, distúrbios de equilíbrio;
Hipotônica - tônus muscular baixo, falta de controle postural.

As crianças com paralisia cerebral podem apresentar outras de suas funções prejudicadas, tais como distúrbios de aprendizado, deficiência visual (baixa visão, visão subnormal, cegueira e estrabismo), deficiências auditivas, distúrbios da fala e linguagem, epilepsia, dificuldade na alimentação e problemas com a deglutição, dificuldade em controlar a saliva, problemas odontológicos, constipação intestinal, contraturas musculares e problemas ortopédicos. Todos eles podem aparecer isolados ou associados, dependendo do quadro clínico que a criança apresentar.

O tratamento é feito através de atendimento especializado que inclui uma equipe multi-profissional, envolvendo especialidades como pediatria, neuropediatria, ortopedia, fisiatria, fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, pscicopedagogia, oftalmologia,...

É natural que os familiares se concentrem na reabilitação da criança e deixem de lado outras atividades. A criança com paralisia cerebral precisa passar por todas as etapas de desenvolvimento de uma criança normal ou, pelo menos, o máximo que conseguir. Se ela tiver restrições de movimento e não conseguir vivenciar sozinha etapas como arrastar-se, pegar objetos e levá-los à boca, cabe a nós (adultos) encorajá-las e auxiliá-las a isso. A exploração é essencial para o desenvolvimento dos sentidos e das idéias sobre o espaço. E a melhor maneira de estimular isso é brincando.
Ainda há muito o que se compreender sobre a paralisia cerebral. Entretanto, é possível afirmar com total certeza que muitas das necessidades das crianças com PC são iguais às das crianças normais. Todas elas precisam do amor e carinho dos familiares e das oportunidades de exploração de seu potencial.

novembro 13, 2007


Lucas e Duna
Parceiros de todas as horas, principalmente das horas da bagunça e do ronco!


novembro 01, 2007

Órteses, os acessórios biônicos

Diferentemente das próteses que são dispositivos usados para substituir um membro, um órgão ou parte dele, as órteses são aparelhos ortopédicos feitos sob medida para controle, correção, sustentação e estabilização de uma determinada parte do corpo, facilitando a sua função.

Na Paralisia Cerebral, há uma alteração no padrão do tônus muscular que pode ser aumentado (hipertonia ou espasticidade) ou diminuído (hipotonia). No caso do Luquinhas, ele é considerado uma criança espástica, trocando em miúdos, ele é mais "durinho" que o normal. A espasticidade, juntamente com a falta de mobilidade, podem causar deformidade físicas que devem ser previnidas com o uso das órteses (é aí que elas entram!). As deformidades são mais comuns nos membros inferiores e coluna, podendo também se manifestar nas mãos, pulsos e cotovelos, dependendo do caso.

A primeira órtese foi recomendada ao Lucas quando ele tinha uns 7 meses. Utilizada até hoje, a goteira é um tipo de tala confeccionada em polipropileno e revestida em E.V.A. ou espuma, usada por baixo do tênis, e que é presa ao tornozelo e à canela com velcros. Ela serve para previnir o encurtamento do famoso Tendão de Aquiles, e ajuda o cérebro do Lucas a "aprender" o correto posicionamento de seu pezinho (nem tãaao "inho" assim).

Também por conta de um padrão neurológico característico de seu quadro, o Lucas permanecia todo o tempo com as mãos fechadas pressionando o polegar contra a palma. Para uma pessoa sem muita familiaridade com o caso, achava bonitinho o Lucas agarrar um objeto ou a mão de alguém com tanta força, mas essa ação é um reflexo, ou seja, um movimento além do seu controle. Observamos muito este reflexo em bebês recém-nascidos, quando colocamos o dedo na palma de sua mão e ele fecha com bastante força como se estivesse segurando. O uso do abdutor de polegar, órtese que posiciona o polegar de forma adequada e impede que ele seja pressionado pelos outros dedos, foi essencial para evitar uma possível deformidade nos polegares do Lucas. Hoje, ele não faz mais uso desta órtese, pois está com as mãos mais relaxadas e permanecem mais abertas.

Outro local bem comum que pode apresentar deformidade nas crianças com PC, é o quadril. A articulação do quadril é feita através do encaixe da cabeça do fêmur na cavidade do osso pélvico. Nos primeiros meses da infância, essa cavidade é mais rasa e só se torna um encaixe de verdade à medida que a criança coloca peso sobre a articulação, ficando em pé. Para uma criança, que por qualquer motivo, não tenha condição de ficar em pé sozinha (como é o caso do Lucas), essa cavidade não se formará como deveria e permanecerá rasa. Isso predispõe essa criança à um deslocamento parcial (subluxação) ou até mesmo total (luxação) do quadril, sendo necessária uma uma intervenção cirúrgica. Mas isso é um outro assunto. O Scottish-Rite, ou abdutor de quadril, confeccionado em duralumínio, aço, courvin e velcro, mantém a cabeça femural encaixada, permitindo movimentos das articulações do quadril.

O parapodium é um outro recurso que deve ser utilizado a fim de previnir o deslocamento do quadril. Feito em madeira, fórmica, duralumínio, velcro e espuma, é indicado para crianças que não realizam marcha e necessitam de auxílio para ficar em pé. O ato de ficar em pé, não só ajuda na formação da cavidade pélvica, como também contribui para fortalecer a musculatura, melhorar a postura do tronco, trabalhar o equilíbrio, além de contribuir para um bom funcionamento do intestino.

Aqui foram citadas apenas as órteses que o Lucas já utilizou ou utiliza hoje em dia, mas claro que existem muitas outras para os mais variados fins. Em sua maioria, não são aparelhos bonitos nem discretos, porém, contribuem muito para a qualidade de vida das pessoas que precisam usá-los. Assim como damos às nossas coisas um toque pessoal, vale recorrer à alguns apetrechos para deixar esses "estranhos biônicos" com uma cara mais simpática. Adesivos, durex colorido, spray, tintas,... Junte tudo isso com criatividade e dê uma cara nova e alegre para a órtese do seu filho.

Oficinas ortopédicas que confeccionam órteses:

LESF - Lar Escola São Francisco
Rua dos Açores, 310
Jd. Luzitânia - SP/SP
Tel. (11) 5904.8000

AACD
Rua Pedro de Toledo, 1620
Vila Clementino – SP/SP
Tel. (11) 5576-0982 / 5576-0983