março 24, 2015

Como seria?


Não há como não pensar, como não imaginar. O mundo está aí repleto de coisas acontecendo, crianças crescendo e se transformando. Como seria se tudo tivesse sido diferente?

Do que gostaria de brincar?

Quais seriam suas canções favoritas?

Gostaria de dançar?

O que lhe faria rir?

E chorar?

Que tipo faria o seu coração acelerar?

Quando aconteceria o seu primeiro amor?

E a sua primeira desilusão?

Quais seriam suas confidências?

Protegeria sua irmã?

Seria popular na escola?

Teria muitos amigos?

Seria tímido?

Que matérias teria mais afinidade?

Como seriam seus desenhos?

E a sua letra?

Quais seriam suas cores favoritas?

E comidas?

Muito ou pouco?

Pés calçados ou descalços?

Mar ou piscina?

Inverno ou verão?

Futebol ou fórmula 1?

O que gostaria de ser quando crescesse?

Tantas perguntas sem respostas, tantas lacunas em branco...

Fecho meus olhos tentando imaginar você dançando, cantando, correndo, rindo, desenhando, seu andar, sua voz,... Como seria?

Então, abro os olhos e lá está você na sua quietude, vivenciado serenamente sua secreta experiência. Na imensidão do seu silêncio é onde mora o meu amor, onde sou capaz de aceitar e amar plenamente cada lacuna em branco, te amar do jeito que você é.

Desculpe o meu lamento. Às vezes o meu coração birrento esmurra meu peito desejando a criança que você poderia ter sido... Enquanto eu sonho com um universo inteiro de possibilidades pra você, você é feliz por abrir seus olhos, por respirar, por ouvir os sons e os cheiros do mundo, por experimentar sensações diferentes na presença das pessoas que ama. Você é feliz por estar vivo.

Isso basta.