março 22, 2010

Pratique a compaixão



Quando se olha para algo, o primeiro pensamento que nos vem é se gostamos ou não daquilo. Mesmo que inconscientemente, acabamos julgando e selecionando tudo o que nos é apresentado pela vida, seja um objeto, uma pessoa ou uma situação. O que aparentemente é bonito, bom, gostoso e perfeito, queremos ter por perto. Já o que não se encaixa nesses atributos, preferimos não encarar.

Sinto nitidamente isso com os olhares das pessoas para o Lucas. Há quem olhe e disfarce quando percebe que olhamos, há quem encare ao ponto de o queixo pender, há o olhar com um dedo discreto apontado e um cochicho. Todos esses olhares têm algo em comum, não possuem compaixão. Sentir compaixão é muito diferente de sentir pena.

A compaixão é o amor aliado à sabedoria. Olhar com compaixão é olhar e ver no outro as qualidades escondidas naquele ser, é olhar com ternura se perguntando o que o outro necessita e de que forma podemos ajudar. Essa ajuda pode vir de várias maneiras: uma doação material, um abraço, uma palavra amiga, uma bronca, um conselho, uma companhia em silêncio. O exercício maior é saber identificar a real necessidade e oferecê-la de coração com alegria.

A compaixão é uma manifestação positiva que acolhe, desperta coragem e oferece amor. Vamos todos praticar!

"Quando olhamos uma planta pensando se gostamos ou não, nossa mente opera obstruída pela sensação de gostar ou não gostar. Uma inteligência maior é olharmos para aquela planta perguntando do que ela necessita. E mais do que isso, nós podemos olhá-la e ver com os olhos do bom jardineiro quais as flores e frutos que essa planta tem escondida dentro dela, e que ela mesma não sabe."
(Lama Padma Samten)


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