Finalmente a cirurgia aconteceu. Dia 31/08/09, foi feita a instalação do VEPTR no Lucas pela equipe de escoliose da AACD, no hospital Abreu Sodré (SP). A cirurgia foi relativamente rápida, demorou cerca de duas horas, e correu tudo bem. Ele não teve sangramento e não precisou receber nenhuma bolsinha de sangue. Apesar dos dias difíceis que passamos no hospital, agradeço a Deus por ter corrido tudo bem e pela cirurgia ter sido um sucesso. Houve uma regressão de 20º na escoliose do Lucas, passou de 50º para 30º.
Essa foto foi tirada momentos antes da cirurgia.
Logo depois o Lucas pegou no sono e foi para o centro cirúrgico dormindo.
A seguir, um breve diário de como foram os dias depois da cirurgia até a chegada em casa.
1º dia - 31/08 (2ª feira)
O Lucas ficou na UTI e passou a noite por lá. Já nas primeiras horas após a cirurgia, uma fisioterapeuta atendeu o Lucas trabalhando principalmente a parte respiratória para prevenir complicações. Por causa dos vários dias deitado em repouso e pela falta de movimentação pode haver acúmulo de secreção no pulmão. Ela utilizou uma máscara chamada
CPAP - Continuous Positive Airway Pressure, ou seja,
Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas, que consiste em um pequeno ventilador conectado por um tubo flexível a uma máscara de plástico macio. A máscara é colocada sobre o nariz e liga-se o ventilador. O aparelho envia uma corrente de ar contínua e suave através do nariz até a garganta, mantendo as estruturas da garganta abertas, impedindo que se fechem e bloqueiem a passagem do ar. Além disso, a fisio também fazia alguns exercícios de mobilidade e alongamento de pernas e braços. Foram duas sessões de fisioterapia, uma de tarde e outra à noite. Ele passou o dia chumbadinho da anestesia e medicações. À noite, iniciou a administração da dieta (100ml).
Lucas com a máscara do CPAP
2º dia - 01/09 (3ª feira)
Lucas tomou seu primeiro banho (de gato e sem sair da cama). Foi para o quarto. Continuou sendo atendido pelas fisioterapeutas e fazendo uso da CPAP. O volume da dieta foi aumentada para 200ml. À noite, notei que a barriga dele estava bastante distendida (inchada e dura).
3º dia - 02/09 (4ª feira)
O Lucas passou o dia ótimo, bem-humorado, sorrindo e mexendo as perninhas. A dieta foi suspensa por causa da distenção abdominal. A pediatra solicitou um raio-x de abdômen e verificou a presença de ar no estômago e na parte superior do intestino. A gastro foi aberta para permitir a saída dos gases e da dieta que estava parada no estômago, só era fechada para a administração das medicações, ficava assim por uns 40 minutos e depois reaberta. A equipe de gastro foi chamada para avaliar o Lucas. Uma das medicações para dor (Tramal) foi suspensa, pois tem como efeito colateral a distenção abdominal. A fisioterapeuta tentou sentar o Lucas na cadeira. Um pesadelo! Ele não cabia na cadeira por causa das adaptações. Ele chorou muito (e eu também)! À noite, o Lucas perdeu o acesso da veia por onde estavam indo as medicações para dor. O Lucas é ruim de veia, elas são finas e frágeis. As enfermeiras tentaram várias vezes pegar um novo acesso, mas sem sucesso. Ele começou a sentir dor e chorar muito. Um médico da UTI foi chamado e ele falou da possibilidade de um acesso venoso central (veia próxima ao pescoço) caso não desse certo as medicações pela gastrostomia. Foi preciso dar uma injeção com uma medicação para a dor. Só depois dessa injeção é que o Lucas conseguiu relaxar e dormir.
4º dia - 03/09 (5ª feira)
Pela manhã, o enfermeiro chefe conseguiu pegar uma veia de acesso no bracinho do Lucas. Um grande alívio para mim, pois não queria que fosse preciso o acesso central. Ele voltou a receber as medicações para dor pela veia. A barriga melhorou da distenção. A pediatra solicitou uma lavagem, mas não saiu nada. À noite, o Lucas chorou um pouquinho antes de dormir, mas bem mais tranquilo que a noite anterior.
5º dia - 04/09 (6ª feira)
O Lucas passou o dia bem. A barriguinha dele está ótima. Foi feita mais uma lavagem, e novamente não saiu nada. A pediatra prescreveu óleo mineral via gastrostomia para ajudar no intestino. Um fisioterapeuta veio atender ele e conseguiu colocar o Lucas sentado, primeiro na cama e depois na cadeira, sem ele chorar! Ele permaneceu na cadeira por uns 20 minutos, passeando pelo corredor do hospital. Tirei ele quando percebi que estava começando a ficar irritado, mas em nenhum momento ele chorou ou pareceu estar com dor. Ele não está mais recebendo medicações pela veia. O médico liberou o acesso venoso mas pedi à enfermeira que mantivessem o acesso caso ele tivesse algum pico de dor de noite. A dieta foi liberada, 50ml (25ml por hora), a cada 4 horas. A noite foi tranquila.
Lucas sentado com ajuda do fisioterapeuta
6º dia - 05/09 (sábado)
Lucas parece bem disposto e sem dor. Tem tolerado bem a dieta. Tomou seu primeiro banho de banheira. O pediatra e o ortopedista passaram no quarto para avaliá-lo e liberaram a alta dele para hoje, mas só se ele evacuasse. Se não fosse essa intercorrência da distenção abdominal, ele já teria tido alta médica antes. Foi feito um Minilax (supusitório laxativo) e ele evacuou! Estamos em casa.
Em casa: 06/09 (domingo)
Ainda estou bastante insegura para mexer no Lucas, trocar fralda, mudá-lo de posi ção, colocá-lo na cadeira. O Lucas está nauseando e a alimentação está difícil, ele está regurgitando bastante. Acredito que seja devido a tantas medicações que ele tomou no hospital.
Agradeço, em nome da família, a toda a equipe de enfermagem do Hospital Abreu Sodré e a equipe de escoliose da AACD pela atenção, paciência e cuidados dedicados a nós, principalmente ao Lucas. Muito obrigada!
Para fazer o download basta clicar com o botão direito sobre o idioma de preferência e selecionar a opção "SALVAR COMO". Se tiver alguma dificuldade, me escreva que envio por e-mail.
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