Muito tem se falado sobre diversidade. Múltiplas são as vertentes, mas tenho visto a deficiência ganhando fala e se tornando um nicho temático de discussão. Vejo histórias inspiradoras de superação ganhando voz. Vidas de pessoas que, assim como eu, vivem uma realidade diversa e inóspita.
Mulheres maravilhosas que correm maratonas com seus filhos empurrando suas cadeiras de rodas, ou que publicam livros, dão palestras sobre suas experiências, e lutam por causas. Vejo pessoas com deficiência transformando sua realidade com esporte, com ARTE.
Me sinto representada, acolhida. Ainda assim, há o meu grito.
Mulheres maravilhosas que correm maratonas com seus filhos empurrando suas cadeiras de rodas, ou que publicam livros, dão palestras sobre suas experiências, e lutam por causas. Vejo pessoas com deficiência transformando sua realidade com esporte, com ARTE.
Me sinto representada, acolhida. Ainda assim, há o meu grito.
Não fui capaz de correr uma maratona com meu filho, nem escrever um livro sobre essa experiência, muito menos vê-lo ser um artista ou esportista paraolímpico... Não sofro. Aprendi a reconhecer nossas limitações e aceitá-las. Dói menos. Mas o desejo de fazer algo com a condição Lucas sempre existiu. Comecei com o blog, onde utilizava a escrita como válvula de escape, um lugar para deixar fluir a carga dessa experiência tão intensa, transformadora e amorosa. Igualmente difícil, pesada e dolorosa. Pouco por ele, muito pelas pessoas.
Nossa história de superação vem do viver, da troca, do receber. Olhares, falas, julgamentos, acolhimentos, desprezo. A partir dessa nossa relação com o mundo, desses olhares sociais, nasceu uma ideia e Lucas virou um filme.
Nossa história de superação vem do viver, da troca, do receber. Olhares, falas, julgamentos, acolhimentos, desprezo. A partir dessa nossa relação com o mundo, desses olhares sociais, nasceu uma ideia e Lucas virou um filme.
A seguir, compartilho release de apresentação do cprojeto e convido todos a mergulhar nesse mar.
'O LUCAS CHAMOU O MAR'
Um ensaio sobre o olhar
Projeto experimental de curta metragem documental contemplado pelo Edital de Curtas SpCine 2017; seleção oficial Media Library do Festival VISION DU RÉEL 2019 - Nyon; Festival de Cinema de Triunfo 2019; Cine Esquema Novo 2019; Curta Taquary 2020 - Prêmio Melhor Direção na categoria Primeiros Passos.
Seguindo cronograma do Edital promovido pela SpCine, a estreia do curta-metragem acontece em Abril de 2019, no CCSP.
Projeção do lançamento de um longa, em fase de montagem e busca de patrocínio/recursos/parcerias, material este selecionado no DocSP - 2017.
Seguindo cronograma do Edital promovido pela SpCine, a estreia do curta-metragem acontece em Abril de 2019, no CCSP.
Projeção do lançamento de um longa, em fase de montagem e busca de patrocínio/recursos/parcerias, material este selecionado no DocSP - 2017.
"O LUCAS CHAMOU O MAR” é um filme que aborda, através do retrato de uma família, temáticas e reflexões universais diretamente conectadas ao olhar para si e para o outro. O projeto nasceu do desejo da diretora Ani Cires em fazer algo com a condição especial de seu filho Lucas, no filme com 15 anos, diagnosticado com Paralisia Cerebral severa desde o nascimento.
“Apesar de suas limitações, Lucas sempre demonstrou alegria e força em seu viver. Seu corpo não responde como os da maioria, mas tem muito a dizer, a sentir. A percepção dele é outra. O tempo dele é outro. É preciso diminuir a frequência para captar suas sutilezas. Assim como acontece com o filme”, conta a diretora sobre como sua experiência com Lucas contribuiu pro despertar de um olhar mais contemplativo pra vida e serviu de inspiração para a realização do filme.
A principal motivação para a realização do filme foi algo que Ani sempre considerou o maior dos desafios em sua vivência com Lucas: os olhares sociais. “Lidar com o preconceito, a estranheza, a falta de conhecimento e de trato perante um deficiente e seus familiares, pode se configurar mais doloroso do que lidar com a própria deficiência”. No filme, inteiro rodado em primeira pessoa, partindo da visão de Lucas, Ani empresta ao espectador o olhar contemplativo de seu filho como um convite a um mergulho interior em experiências, emoções e sentimentos individuais. Uma devolutiva de olhar, sob um outro ponto de vista, que induz o espectador a refletir sobre a sua própria experiência e seu olhar pra vida e para o próximo, cada qual, com suas peculiaridades.
O processo criativo iniciou-se em Abril de 2016. A captação das imagens do cotidiano da família, iniciaram-se no mesmo período e estenderam por um ano, sendo as últimas imagens feitas em Maio de 2017. Da concepção da ideia à finalização do projeto passaram-se dois anos. Uma documentação rica e potente que rendeu material para dois filmes, o curta "O LUCAS CHAMOU O MAR", apresentado aqui, e um longa-metragem em fase de desenvolvimento.
SINOPSE CURTA
Ani e seus dois filhos, Lucas e Clara, levam uma vida comum na Zona Sul de São Paulo, mas o comum e o extraordinário; o cotidiano e a poesia se fundem nesse ensaio sobre o olhar que convida a um mergulho em águas profundas e fluidas, num só fôlego.
SINOPSE LONGA
O curta-metragem documental "O Lucas Chamou o Mar" retrata o cotidiano de um núcleo familiar composto por Ani, 34 anos, e seus dois filhos Lucas, 15, e Clara, 6. A partir do olhar de Lucas, o filme é construído através de imagens captadas do real e com a inserção de imagens poéticas, metaforizando e/ou referenciando os sentimentos e sensações vividos pelo personagem. No filme, a fusão do que é orgânico e vivo: ruídos do mar, do respirar - ruídos do existir dentro e fora.
Mais do que mostrar como vive uma família específica, o filme se propõe a desafiar olhares provocando reinterpretações que transformam em poesia uma realidade não tão poética e, a partir de uma experiência individual, provocar no espectador a reflexão sobre seu próprio olhar para a vida e para o próximo, e entender como o seu enxergar ecoa através de uma experiência individual específica, desencadeando pensamentos e emoções diferentes para cada perspectiva.
FICHA TÉCNICA:
Empresa Produtora Frontera Filmes
Responsável Criador Ani Cires
Produção Executiva Luiza Marques da Costa e Tiago Pinheiro
Roteiro e Direção Ani Cires
Direção de Produção Luiza Marques da Costa
Direção de Fotografia Ani Cires e Tiago Pinheiro
Assistência de Fotografia Marcela Chamilian
Som Direto Thiago Ferraz
Montagem e Colorização Tiago Pinheiro
Folley, SFX e Mixagem Pedro Luce
Trilha Sonora Original André Bruni e Pedro Luce
Tradução e Legendagem CD Vallada
Empresa de Design Gráfico Design Justo
Arte Gráfica Marcelo Gava e Nina Cast
Personagens Ani Cires, Clara Cires e Lucas Cires
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